segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

TÔ DE TÔCA NA TOCA


Domingo: O Sol também não ajuda em nada sumindo desse jeito. Esse clima, que nada tem de verão, não favorece o "sair da toca", mas sim ficar de "tôca" em casa.
My little sunshine, que ilumina e preenche minha vida e a casa :) com seus passos e sua voz, está de férias com o pai, favorecendo ainda mais o status: "tô de tôca na toca". ( ainda bem que ela chega semana que vem... contando os dias!)
Com o passar dos anos vou entendendo um pouco melhor meus pais e familiares. Passamos a entender determinadas respostas à determinadas situações. Me lembro quando vovó Lola faleceu. No dia anterior, que foi a festa de aniversario do meu irmão, eu passei o dia todo com ela colocando todos os discos italianos de 78 rotações que ela queria ouvir e escutando suas historias ( sempre fui chegada em ouvir histórias e causos da familia :) e ela me enumerando quais mais ela mais gostava e o porque gostava...
Ficamos arrasados, tristes por muito tempo... Me lembro que papai dormiu por quase dois dias direto por esgotamento emocional. Hoje entendo melhor essa situação, por perceber que temos muitas coisas inerentes a nós que são mais do que comportamentais, são genéticas mesmo.
Já ouvi tantas sobre mim. Coisas boas e ruins obviamente afinal de contas, sou somente eu mesma.
Mas ouvi também sobre força, valentia, garra, empenho, dedicação ou o quanto sou destemida ou isso ou aquilo. Se sou ou não, não sei e também não me preocupo em saber.
Só sei que aprendi algumas coisas ultimamente! Somos muito parecidos com a nossa parentela. Algumas coisas até, por sermos por demais parecidos, temos que lutar contra para se colocar em pé.
Todavia, para tudo na vida tem o seu momento adequado: enamorar-se, desenamorar-se,: trabalhar, estudar, sair, rir, chorar e o colocar a tôca e ficar na toca.
Hoje, estou nesse mood, ouvindo não os discos de 78 rotações, mas os cds com as mesmas musicas italianas que sempre ouvia todos os sábados...
Mas já houve um progresso! Abri meu presente de Natal ontem e costurei duas calças de pijamas para a Rafaela. Claro que arquiteto, desenhando molde da sua cabeça, e usando meus crayons dados pelo tio Celso e pela tia Isis ( sim! eu ainda os tenho em perfeito estado, os usei na federal, na faculdade, e estão inteiros ainda :) Agora, imaginem, um ser ouvindo musica italiana, com mil crayons espalhados e tentando relembrar o que aprendeu no curso de corte e costura quando tinha 12 anos ?!kkk
( mamãe: Ka: tuuuudo bem que na época vc aprendeu a costurar, mas vc é tao ocupada, para que vc quer uma maquina?! o curso de corte e costura era para CULTURA GERAL! entendeu?! Eu: Sim, claro! acho que essa aqui tem os pontos necessários, o que acha? hehehehe)
Talvez o "tô na toca de tôca" ouvindo musica italiana, seja um jeito de lidar com a partida do tio. Cada um tem um jeito. (as calças de pijamas sairam otimas e elogiadas pela mama, que a principio achava que não ia dar certo...)
Agora, uma coisa que me fez sorrir hoje, foram as palavras da minha prima Sabrina: Procuramos lembrar dele sempre sorrindo, alegre, em todos os momentos...  Isso me trouxe consolo. (porque sempre estava sorrindo mesmo, o bonitão!)
Saudades, saudades...
P.S: Essa musica: una lacrima sul viso é uma das que escutava quando criança aqui em casa que sempre ouvia meu pai assobiar... Impossível não lembrar di tutta la famiglia  :))

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