sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Percepção no olhar: tricot e crochet

É muito estranho perceber que está sozinho no meio das pessoas que você ama. Parece que falamos uma lingua extinta e indecifrável onde somente (ou raramente até!) você somente entende.
Penso que isso deve ser consequencia dos tempos "modernos", onde as pessoas não reparam uma nas outras (?!)
Pensam em trabalho, no que deixaram de fazer hoje para pensar no que irão fazer amanhã ...
Me pergunto se as pessoas que vivem em pequenas aldeias distantes das grandes metropolis são mais dadas a percepção do outro...
Televisão, cinema, teatro, revistas, video-games, internet, rede sociais ditam o ritmo frenético do ser humano. Não saber sobre determinado sequestro, ou rua interditada, ou algum outro fato dos noticiários te fazem praticamente um alienígena! "Como você não viu a prisão do fulando?" clamam alguns... "Você viu que libertaram ciclano?" bradam outros.... "Não, não vi!".... Divirto-me ao ver os rostos chocados de alguns por eu não ter assistido ao noticiário sensacionalista...
Não. Não vejo de propósito! Preservo minha mente e o meu olhar de fatos escandalosos ou horripilantes...
Será que as pessoas tem prazer em assistir tais coisas?
Recentemente redescobri uma das artes antigas. O famoso tricot e crochet.
Como já disse, aprendi menina aos 5 anos e depois disso se levei a cabo dois ou três trabalhos na vida foi muito. Por anos me encantei com o bordado. Nada contra o tal ponto cruz, ao qual eu realmente não tenho paciencia em fazer horas e horas "x" no tecido. Admiro, mas não é para mim.
Fazia os antigos pontos da "vovó"... Ponto cheio, matizado, margarida, etc, etc.... Mas como o mundo é imediatista, uma toalha de jantar tinha que ser bordada em uma semana no máximo e o que era distração passava a ser fardo.
Salve portanto o tricot e agora posso igualmente dizer, salve o crochet.
Com eles consigo reinventar minha mente. Reordenar o não ordenado e sentir em paz comigo mesma.
Por infornunio da vida, cai e rompi meu tendão do dedão direito, o que me causa dor a cada ponto feito.
Mas o que seria de mim, se não pudesse ao menos parar, pegar minhas lãs e sorrir ao começar a tecer e não pensar em nada?
Que assim seja...
Shalom
P.S: Adoro prestigiar minhas amigas blogueiras. Esse esquema foi tirado (para um sonhado dia, executar, quem sabe) da minha amiga Katia, habilidosa mãos de fada.http://amagiadocroche.blogspot.com/

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