sábado, 20 de novembro de 2010

Memórias da Chica Felizbina:Ode à Lua.

A LUA está linda lá fora
É como um holofote com grande angular, ou mesmo, farol em oceano aberto.
Que LINDA, LUA LINDA!
Não existe uma única vez que não a olhe e que não admire a magnitude da sua luminosidade.
E, logo penso em vagalumes! Não sei porque... Talvez porque brilham pipocando a escuridão?! Ou talvez, na minha meninice, no sitio do Tio Rubens e da Tia Vina, meu pai em noite de luar, logo reunia o grupo da primaiada para andar na estrada....
Como eram boas essas caminhadas! A criançada já empunhava a lanterna para clarear o fundo da mata onde a luz da lua não alcaçava.... E de lá saiam os brilhantes vagalumes, que saltintantes, dançavam em coreografia desajeitada...

E a coruja na porteira?
Me lembro do susto que levei ao ver a coruja....Não só o susto, mas a surpresa ou incredulidade de ver tal animal por ali pacatamente, como dona, refestelada na velha porteira. (aliás por onde anda a velha porteira azul? saudades....) Ah! Não pense você que era uma coruja qualquer, daquelas malhadas e miradas. Não senhor, meu caro doutor!

Era uma coruja inteiriça branca, grande, majestosa, daquelas onde as penas formam desenhos e volutas ao abrir as asas. Lembro- me ainda do frio na barriga que senti ao ve-la sob a luz do luar... Era linda e ao mesmo tempo apavorante! ( ainda bem que meu pai estava lá, senão já tinha saido correndo!)
A majestosa, nem ligou quando passamos por ela.... Parecia guardar algo, pois ali na porteira ficou....compenetrada.... observando....
Nunca mais vi corujas no sitio, muito menos essa alá Harry Potter. Me pergunto até hoje, da onde saiu tal coruja?


E os sapos?! coach, coach... 
Em noite de luar era dia de ir ver os sapos na lagoa...(dai surgiu uma das minhas historietas contadas e recontadas para minha filha - Noite de Luar na lagoa dos Pururus -  um dia ainda a escrevo para lembrar de contar aos netos!)
A criançada toda se reunia trajados de exploradores, ou o que pensávamos que era, e, de galocha ou tenis rampeiro e chapéu descíamos com nossas lanternas iluminando a mata e o cafezal até chegar na lagoa para ouvir e ver os sapos.
Aliás, quem me conhece, sabe que não gosto de répteis de nenhum gênero, cor, subcadeia ou o quê. Não gosto de quelônios também! Como digo sempre em tom de chacota: " perdôo as marinhas porque estão em extinção!" (Mas isso se deve um fato... Em outro post conto da tartaruga corredora!) 
Confesso todavia, que hoje acho inté bonitinhos os sapinhos...Mas não me peça JAMAIS para colocar as mãos!


Eita, dona Lua! 
Por sua causa, hoje relembrei histórias de 30 anos atrás!..... Que bom!
Luar: Misterioso, encantador, charmoso, nostálgico e amedrontador por vezes....
Luar, lindo de relembrar, mais lindo ainda de se ver.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O amor que nos sustem...

Poderia falar de muitas coisas hoje. Das dificuldades que enfrento no dia a dia, dos problemas e tristezas ligados a um passado tido por mim como "dourado"....
Poderia falar também da saúde atual da minha mãe, que embora na sua fragilidade, que me arrasa, ainda me ensina a ser forte no pouco....
Poderia até mesmo falar nessa noite passada no hospital com minha filhinha, indo de um lado para o outro, com bolsa, sacola e carregando a baixinha no colo... ou mesmo até na tentativa de furto do carro....
MAS NÃO!


Embora todas essas mazelas sejam testemunhos de vida, deixo hoje aqui somente um breve recado, que faz TODA a diferença: o AMOR.
Aquele Amor que transforma, que é prestativo, que impulsiona!
Posso ver a mão de Deus que me sustem diariamente e o Seu amor refletindo em amigos queridos que transmitem confiança, força, paz, fé e orações!
Isso não tem preço. Não há moeda de troca!


Agradeço hoje portanto, a todos meus queridos que somam em orações, que somam em transmitir-me força e que carinhosamente e bondosamente me oferecem ajuda, seja com palavras ou mesmo se colocando a disposição ou em orações.


Amor e amizade assim é bênção! e a todos vocês dedico hoje o meu post!
Beijo no coração!
Shalom....

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Preparativos para o Jantar Peruano

Para quem pensa que comida andina é a mesma que a nossa, está muito enganado... A começar das papas! Desenvolvidas pelos incas, a infinitude desse tubérculo aguça as papilas gustativas!

- lúcuma - fruta tipica
-aji amarillo - um tipo de pimenta amarela que nao eh muito picante...
- milho roxo - com isso se faz desde sopas, a sucos como sobremesas!
- pêssego desitradado - suco desse pêssego, com canela e açúcar é maravilhoso!
- papa amarilla: tipo de papa que se encontra somente em Lima. Achei uma desitratada... Vamos ver!

Pois bem... La vamos para os preparativos do semi-jantar peruano....
Depois posto como foi!
ají amarillo seco
ají amarillo- finalmente!

sábado, 13 de novembro de 2010

O tempo certo de Deus: da floração, ao café e o sorrir

O sol brilha.
Doce engano. O brilho convidativo não é suficiente para esquentar o ar gélido do pleno " inverno primaveril"... Logo penso: arghhh... vou ter que me agasalhar...!


O cheiro de café me acalenta. Esse aroma sempre vai me fazer sorrir por mais frio que esteja ou seja os tempos...
Saboreio meu café vendo o sorriso lindo da minha filha e penso: Existe bênção maior?! Medito enquanto sorvo o momento: Não... não há!
Meu coração se derrete não pelo brilho enganador do sol, nem tampouco pelo maravilhoso aroma, mas sim pelo sorriso da minha pequenina.... 
Não há nada que eu mais ame do que ve-la sorrir...
Sorriso puro.
Sorriso que permeia o seu olhar e que estampa na minha alma alegria sem medida. Momento memorável. Imagem que me faz caminhar, enchendo meu coração de amor imensurável, confiança e coragem.


Enfrento o frio... penso no café e no aconchego da minha casa.... 
Reluto, mas saio.  e ao sair percebo minha orquídea africana... 


Há nove anos comprei a menor muda existente da tal orquidea. Logo me disseram que ela iria demorar uns 2 anos para florescer e que era melhor comprar uma muda maior. Ao ver o valor,  pensei: Sou paciente...espero.
Passaram 5 anos. 
Suas folhas grandes, fortes, adoraram a árvore da frente de casa, mas e flores?! Nunca apareceram. 
Como as demais, sempre a reguei com carinho e a adubava na hora certa, com o adubo certo, mas NADA de flores.
No 6 ano ela floresceu. Que alegria foi! Sua flor rara, púrpura violácea, enfeitou meu jardim com um único exemplar no meio da folhagem exuberante... Sua unicidade permaneceu ali por mais de 20 dias....
No ano seguinte, ansiosa esperei a floração... Nem um botão! Que decepção, que disparate! 
O mesmo aconteceu no ano seguinte e também no outro... Pensei: Talvez ela floresça somente de 6 em 6 anos?!
Há cerca de quinze dias, reguei-a novamente com o adubo próprio para orquídeas como sempre faço, e em tom de desabafo, pensando alto disse: Quando é que você irá me dar a alegria de florescer de novo?! e na alma, completei: Bem que NESTE ano em especial, ela poderia florir, me fazendo sorrir....
Hoje, de uma única vez, calada, sem anunciar seus botões, um ramalhete de orquídeas púrpuras raras enfeitam o meu jardim!!! 
Não uma, ou duas, ou três, ou cinco, ou sete.... mas um ramalhete!


A surpresa foi tamanha, que boquiaberta chamei Naldete para ver as mais belas orquídeas que precisaram 9 anos para florescer de maneira abundante, caladamente....


Minha filhinha dorme com respiração profunda de quem está sonhando lindos sonhos.


Reflito que mesmo em meio a turbulência de um dia cansativo, complicado e até mesmo triste,  minha "fala" é sobre coisas que me fazem sorrir... 
E  agora, com um sorriso de Monalisa, percebo que Cristo é comigo. Sempre! No tempo certo e nos detalhes das pequenas coisas. Não há "sol enganador", frio gélido ou mesmo cansaço que possam substituir: o envolvente aroma de café, nem tampouco o acalentador e encorajador sorriso da minha filha, pois esses serão sempre agraciados com inesperados presentes de Deus, como as orquideas raras que enfeitam o meu jardim.
Shalom a todos.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cupcakes - Finalmente com técnica!

Quem diria que cupcakes e muffins tem lá suas diferenças! Em muitos lugares que li, diziam que o primeiro era mais "gordinho" que o segundo.... Pobre cupcake! Taxado de gordinho, enquanto era ele próprio o primo magro!
Foi somente no curso ministrado por Silvia Carlos, http://www.silviacarlos.com.br , que pude entender a diferença de um e de outro...
Fiz o curso de cupcakes junto com a minha amiga Eula onde pudemos dar muitas risadas! Fazia muitos anos que não "ganhava" uma tarde comigo mesma, em um hobby a qual eu amo: a culinária!
Que tarde deliciosa! 
Não somente pelos cupcakes quentinhos com aromas inebriantes bem atrás de mim, como pela companhia da Eula, como também pela magnífica aula da Silvia Carlos que com didática e ludicidade transmitiu em 4 horas de curso dicas preciosas (e por mim nem sonhadas! e olha que não sou " Zefa" na cozinha!)
A aula deixou um gosto de: "quero fazer muitos cupcakes!" e também: " quero aprender mais sobre os mini-bolos, bem casados, confeitagem.... etc, etc...."
Para quem quer está atrás de técnicas com uma profissional que sabe o que fala, fica a dica do atellier da Silvia que também dá assistência a famosa Marcela Sanchez, uma das profissionais mais renomadas no mercado internacional..http://www.marcelasanchez.com.

E lá vão os famigerados cupcakes... Voilà







terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da despedida ao Sole Mio

O lugar faz a pessoa ou a pessoa faz o lugar? ou será um mix de todas as coisas?
Há anos não entrava na casa dos meus avós. A última vez que o fiz para dar uma olhadinha, lá ainda funcionava um buffet...Entrei em meio a uma festa, aproveitando a deixa para ver a casa e pedir um orçamento, ja que em breve seria o aniversário de 1 ano da minha filha.
Confesso que o "entra e sai" e a mudança feita na arquitetura da "casa de vovó" me arrasou...
De triste, não consegui terminar de ver como tinha ficado o espaço. Minhas lembranças daquele casarão enorme, onde vovó Lola na sala de costura preparava suas prendas para Sta Rita e vovô Dante guardava seus vinhos e com cada cantinho estratégico da minha meninice já não existiam mais....
Não sei, se o fato de ser arquiteta influenciam o olhar saudosista de espaços e objetos que me remetem imediatamente a pessoas queridas.... Pode até ser.... Mas o fato é que fiquei arrasada por dias, após aquela visita, que covardemente, nunca mais quis entrar naquela casa.
Muitos objetos, móveis foram divididos entre a familia, e para mim, cada conta de vidro, é como o melhor dos cristais Bacarat. Muitos desses objetos estão ligados a histórias ou situações vividas por mim na casa de meus avós e ainda me trazem sorrisos saudosos quando os olho, me fazendo feliz.
É fato que sempre fui dada a histórias que meus avós e tios contavam, e mais ainda, as que eles deixavam de contar! Bastava um "repente" e súbita mudança de assunto, que minha curiosidade se aguçava...
Doces lembranças! Doces conversas! Doces doces! (como não me lembrar dos fios de ovos, que pra mim tinha formato de árvore de Natal, que vovô comprava para me ver empapuçar com os olhos gulosos de criança?! Pois é.... Na casa de vovô e vovó era sempre Natal! por causa dos tais fios de ovos!)
E a famosa bomboniere de cristal da sala de tv?!
Eu e meu irmão, enquanto os adultos conversavam, íamos sorrateiramente a sala de tv, e tentavamos de todas as maneiras abrir o dito cristal onde havia balas recheadas e bombons de fino trato... Desenvolvi uma tática de abri-lo inigualável ! mas o difícil era fechar!!! (já ai começava o "empurra-empurra" de quem iria fechar o poteou como diria vovó: "toca me ticcio, ticcio me toca!" e ai se fizesse um "plim-plim" no cristal! Parecia que vovó tinha olhos naquele pote! (talvez porque não nos contentávamos com um exemplar,  sempre comiamos todo o pote antes do jantar! rssss)
Doces são as lembranças na casa da Aclimação,  que do jardim de móveis branco e almofadas de um azul pálido e plácido, nos convidava a um lanche rápido, ou olhar o parque ou simplesmente sentar no balanco duplo com vovó que sempre tinha um sorriso estampado no rosto, mesmo que estivesse calada...
Me lembro de um dia que ela me chamou para o seu vestíbulo... (já que eu estava sentada na escada contemplando e admirando entre as grades da escada de mármore branco, a cena  das senhoras conversando do que a fala propriamente dita.)
Lembro-me que mamãe sorriu e desceu (deve ter ido atras do pestinha do meu irmao) e eu sentei no sofá do vestibulo...Vovó me contou me várias histórias sendo que algumas guardei como segredo, tal a entonação e sussuro de vovó. Somente ontem, após mais de 28 anos,  percebi ao conversar com papai, que o segredo não ficava onde vovó tinha me dito, mas em outro lugar... Não sei se foi a emoção de estar no vestibulo privado e em conversa onde estava somente eu e ela, ou se realmente minha mente sherlockiana já imaginou contos!
Ontem a casa de vovó com minha filha. A casa por fim será vendida e minhas primas estão organizando um "familia-vende-tudo", mas além disso, ansiava por poder ver a casa por completo e que minha filha sentisse o espaço onde cresci.
Desde que meus avós se foram, nem mesmo na rapida visita a 4 anos atrás, eu não havia subido as escadas e tampouco estado por lá com minhas primas.
A casa de antigamente, que hoje no pavimento superior permanece praticamente inalterada e que no térreo, é outra, me veio a mente como rajada de brisa suave e fresca
As imagens da minha infância, falas, risos, barulhos característicos,  principalmente os espaços com suas cores e luminosidade despontaram de maneira tão nitida que ficaria ali por horas descrevendo o lugar como era.... Cada detalhe.... 
Pude por fim, respirar, pela última ou quem sabe pela penultima vez, a casa dos meus avós como era, e desta vez, sem tristeza proveniente de alterações na estrutura, ou no reparar no piso em fudget de marmore cor de rosa em determinados lugares, ou no lavabo azul inexistente e que era cuidadosamente cuidado por vovó em seus detalhes (desde o batom, até o papel de toalette com flores miúdas e coloridas - aonde será que vovô com seus contatos os comprava?!)
Acredito que essas lembranças somente sopraram em minha mente como brisa suave, devido ao fato de minhas primas e minha mãe estarem presentes...
Portanto o que é um lugar sem as pessoas que amamos?!
Como arquiteta sei, que os lugares podem influenciar as pessoas e o fazem de fato!  Mas, o que são dos espaços se esses não são habitados por pessoas?! E igualmente, o que seriam dos espaços se esses não tiverem cores, cheiros, texturas e luminosidade? 
São definitivamente as pessoas que fazem o lugar! 
Nem mesmo as boas lembranças vieram em mente a 4 anos atras! Mas ontem, mesmo em meio a um espaço quase por completo transformado, inclusive no próprio uso, pude enfim sossegar meu coração, relembrar com alegria e "açucarar" a vida com doces momentos que ficarão pra sempre na minha mente, alma e espírito....
Ora scrivo la musica che mi ricorda i miei nonni, in particolare la mia nonna Lola che era piaciuta questa musica. A te, nonna, che te voglio bene sempre, vi invio questa canzone alle stelle....

Che bella cosa na jurnata 'e sole,
n'aria serena doppo na tempesta!
Pe' ll'aria fresca pare gia na festa...
Che bella cosa na jurnata 'e sole.
Ma n'atu sole
cchiu bello, oje ne'.
'o sole mio
sta 'nfronte a te!
Quanno fa notte e 'o sole se ne scenne,
me vene quase 'na malincunia;
sotto 'a fenesta toia restarria
quanno fa notte e 'o sole se ne scenne.
Ma n'atu sole
cchiu bello, oje ne'.
'o sole mio
sta 'nfronte a te!