sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Grande Poesia da Vida!


Primavera....
Tempo de renovo, de renascimento, de recomeço..... Pelo menos em alguns sentidos da vida.
As flores desabrocham contagiando o ar, pálido, escasso pela névoa que desce sobre a cidade.
Mesmo assim, persistentes (talvez como os baobás do Pequeno Principe?!), em todos os cantos da cidade e todos os jardins existem flores e vegetações que colorem a paisagem, propiciando um "respirar diferente" frente as atribuições do dia a dia.
Antigamente diria: "Primavera, tempo de poesia!" que das mostras impressionistas de Monet e Manet, cintilavam os olhares dos apaixonados ou dos que, algum dia já souberam o que era isso.....
Se dantes o olhar brilhante se remetia a paixão, ao amor e a vontade imensurável de abraçar o mundo de um única vez, frente a exuberância e ao sentimento complexo de se sentir completo; hoje, o mesmo olhar brilhante permanece, porém com o foco voltado nas pequenas alegrias da vida,  que Deus nos proporciona diariamente ao acordarmos....
 Mais atenta a observar, seja com minhas "lentes castanhas dadas por Deus" ou sob a lente de uma máquina fotográfica ( que agora carrego sempre que posso comigo), me pego sorrindo alegre ao ver o alvoroço dos adolescentes falantes em busca de uma jornada ainda não vivida.
O desabrochar repentino de um sorriso também me surpreende ao ver um pai empurrando satisfeito e feliz, 3 carrinhos com seus bebês de bochechas rosadas e ter a percepção que tanto para o pai, quanto para os bebês, ou mesmo para mim, aquele momento é único e que tudo na vida passa rapidamente... mais do que se espera, ou que se pensa.
Crianças indo para escola, já sem seus agasalhos pesados, pululantes empurram suas mochilas de rodinhas com toda a sorte de personagens existentes....  Aliás, impossível não ter um momento de saudosismo e relembrar  que para mim, aos 6 anos,  mochilas de rodinhas eram na verdade uma pequena bolsa de jeans, pintada a mão por mamãe todos os anos.... me lembro de uma linda coelha de laço de fita cor de rosa :o)
Casais de mãos dadas se aventuram por um passeio mais longo pelos parques, mesmo que a breve chuva (ainda não tão refrescante!) os peguem de surpresa. Naquele momento, nada importa, o incômodo da roupa, tenis ou cabelo molhado, mas o fato das mãos atadas correrem juntas em uma velocidade sincronizada para debaixo de uma árvore... (Me desculpem a súbita traquinagem, mas correr para debaixo de uma árvore, com chuva, nunca foi uma boa idéia, principalmente se rugirem as trovoadas).
As orquídeas de todas as cores e formatos surgem.... Impossível resistir e não parar para observar, ou mesmo abrir a boca frente a tamanha"belezura"!
 E os lírios?! OS LIRIOS!
Os lírios brancos, que para mim são uma das mais preciosas flores desenhadas pelo Grande arquiteto da vida, além da beleza vinda da simplicidade me embriaga com seu perfume encantador... Não é a toa que eles são comparados como mais belos que as vestes de Salomão....
Frente a todos esses olhares e percepções que engrandecem os dias de setembro, arrisco aromas inusitados em minha cozinha. Que prazer!
Do pão quente fresco, às compotas e geléias que juntamente com a riqueza da estação, formam essa linda paleta de cores, sabores, aromas e sensações...
O que me faz justamente pensar se não é aí que está também a Grande Poesia da Vida a ser vivida por todos nós.

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